Por Jéssica Monteiro (da Uespi) Anselmo Moura (da redação) Um grupo de estudantes da Universidade Estadual do Piauí (Uespi) ocupou na manhã desta segunda-feira (28) o prédio da reitoria da instituição. Eles protestam contra a adesão da universidade ao Enem, proposta que está sendo analisada pelo Conselho Universitário. O ato também faz parte da série de protestos deflagrada na semana passada, a partir da paralisação dos professores da instituição. A Uespi enfrenta uma profunda crise financeira e estrutural. Com orçamento insuficiente, a instituição sofre com a carência de docentes, técnicos, biblioteca, salas de aula, laboratórios e até materiais de expediente, como papel, tinta para impressora e pincéis. A ocupação da reitoria aconteceu quando uma comissão formada por cinco estudantes não foi recebida pelo reitor Carlos Alberto. Diante da recepção da reitoria, um segurança da universidade entrou na frente dos estudantes e impediu a passagem destes. Segundo o aluno Leonardo Maia, o segurança ameaçou o grupo com um cassetete e afirmou que se fosse necessário ele usaria de violência para frear os manifestantes. Após a recusa do gestor, os alunos decidiram ocupar a sala. Uma das vidraças da porta foi quebrada durante o empurra-empurra entre seguranças e estudantes. Dentro da reitoria, eles organizam a mobilização da comunidade acadêmica. Uma nova passeata pelas ruas de Teresina está programada para a próxima quarta-feira (30), novamente saindo do prédio da Facime e indo em direção ao Palácio de Karnak. A possibilidade de uma greve geral dos estudantes não está descartada. A proposta será avaliada em assembleia geral. Professores Ainda na manhã de hoje (28) os professores da Uespi decidiram em assembleia manter a paralisação da categoria para até a próxima sexta-feira (01), quando haverá uma nova reunião para deliberar sobre a possibilidade de uma greve por tempo indeterminado. Segundo o professor Antônio Dias, a decisão foi tomada a partir da insensibilidade por parte do Governo Estadual diante dos problemas da instituição. O docente informou que durante a assembleia foi feito uma conta simbólica. Se dividido por todos os cursos da Uespi, calculou a Associação dos Docentes (Adcesp), os R$ 77 mil repassados pelo governo para garantir o início das aulas resultam numa quantia irrisória para cada. “Cada curso ficaria com menos de R$ 100”, informa Graça Ciríaco, presidente da Adcesp. Sobre a adesão da Universidade ao Enem, o professor Antônio Dias informou que o corpo docente acredita que o exame é duvidoso. Conteúdos fundamentais, como literatura, geografia e história piauiense, seriam excluídos da prova. “o Vestibular da Uespi tem um histórico de credibilidade. O Enem é um exame falho que precisa se consolidar. Nós, os professores, acreditamos que era necessário dialogar essa decisão, principalmente, com a comunidade acadêmica e a sociedade”, opinou Dias. O reitor é alvo das manifestações tanto do corpo discente quanto docente. Mas os manifestantes compreendem que a autonomia financeira depende do governo e não da reitoria da instituição. FONTE: CSP-CONLUTAS |
segunda-feira, 28 de março de 2011
Estudantes fazem manifestação e ocupam prédio da reitoria da Uespi no Piauí
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